SAPUCAIA DO SUL/RS

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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Alguns Orixás

OXUMARÊ

PERFIL DO ORIXÁ

Oxumarê é um Orixá bastante cultuado no Brasil, apesar de existirem muitas confusões a respeito dele, principalmente nos sincretismos e nos cultos maiphoto-oxumare_gif s afastados do Candomblé tradicional africano como a Umbanda. A confusão começa a partir do próprio nome, já que parte dele também é igual ao nome do Orixá feminino Oxum, a senhora da água doce. Algumas correntes da Umbanda, inclusive, costumam dizer que Oxumarê é uma das diferentes formas e tipos de Oxum, mas no Candomblé tradicional tal associação é absolutamente rejeitada.São divindades distintas, inclusive quanto aos cultos e à origem.

Em relação a Oxumarê, qualquer definição mais rígida é difícil e arriscada. Não se pode nem dizer que seja um Orixá masculino ou feminino, pois ele é as duas coisas ao mesmo tempo; metade do ano é macho, a outra metade é fêmea. Por isso mesmo a dualidade é o conceito básico associado a seus mitos e a seu arquétipo.
Essa dualidade onipresente faz com que Oxumarê carregue todos os opostos e todos os antônimos básicos dentro de si: bem e mal, dia e noite, macho e fêmea, doce e amargo, etc…

Nos seis meses em que é uma divindade masculina, é representado pelo arco-íris que, segundo algumas lendas é a ponte que possibilita que as águas de Oxum sejam levadas ao castelo no céu de Xangô. Por essa lenda, é atribuído a Oxumarê o poder de regular as chuvas e as secas, já que, enquanto o arco-íris brilha, não pode chover. Ao mesmo tempo, a própria existência do arco-íris é a prova de que a água está sendo levada para os céus em forma de vapor, onde então se aglutinará em forma de nuvem, passará por nova transformação química recuperando o estado líquido e voltará à terra sob essa forma, recomeçando tudo de novo: a evaporação da água, novas nuvens, novas chuvas, etc..

Nos seis meses subseqüentes, o Orixá assume forma feminina e se aproxima de todos os opostos do que representou no semestre anterior. É então, uma cobra, obrigado a se arrastar agilmente tanto na terra como na água, deixando as alturas para viver sempre junto ao chão, perdendo em transcendência e ganhando em materialismo. Sob essa forma, segundo alguns mitos, Oxumarê encarna sua figura mais negativa, provocando tudo que é mau e perigoso.

Uma interpretação antropológica mais cuidadosa, porém, pode questionar a validade dessas lendas. Não podemos nos esquecer de que tanto na África, como especialmente no Brasil, a população negra, que trazia consigo todos esses mitos,foi continuamente assediada pela colonização branca. Uma das formas mais utilizadas por jesuítas para convencer os negros, era a repressão física, mas para alguns, não bastava o medo de apanhar. Eles queriam a crença verdadeira e, para isso, tentaram explicar e codificar a religião do Orixás segundo pontos de vista cristãos, adaptando divindades, introduzindo a noção de que os Orixás, seriam santos como os da Igreja Católica, etc… Essa busca objetiva do sincretismo sem dúvida foi esbarrar em Oxumarê e na cobra – e não há animal mais peçonhento, perigoso e pecador do que ela na mitologia católica (recordar os mitos de Adão e Eva, a maçã, a concepção de pecado original, etc…). Por isso, não seria difícil para um jesuíta que acreditasse sinceramente nos símbolos de sua visão teológica. Reconhecer na cobra mais um sinal da presença dos símbolos católicos na religião do Orixás e nele reconhecer uma figura que só poderia trazer o mal. Essa , pelo menos, é uma das interpretações feitas por pesquisadores que compararam diferentes versões dos mesmos mitos que não encontraram uma divisão absoluta entre bem / arco-íris (ou masculino) e mal / cobra (ou feminino). Na verdade, o que se pode abstrair de contradições como as que apresenta Oxumarê é que este é o Orixá do movimento, da ação, da eterna transformação, do contínuo oscilar entre um caminho e outro que norteia a vida humana. É o Orixá da tese e da antítese. Por isso, seu domínio se estende a todos os movimentos regulares, que não podem parar, como a alternância entre chuva e bom tempo, dia e noite, positivo e negativo.

Conta-se sobre ele que, como cobra, pode ser bastante agressivo e violento, o que o leva a morder a própria cauda. Isso gera um movimento moto-contínuo pois, enquanto não largar o próprio rabo, não parará de girar, sem controle. Esse movimento representa a rotação da Terra, seu translado em torno do Sol, sempre repetitivo- todos os movimentos dos planetas e astros do universo, regulados pela força da gravidade e por princípios que fazem esses processos parecerem imutáveis, eternos, ou pelo menos muito duradouros se comparados com o tempo de vida médio da criatura humana sobre a terra, não só em termos de espécie, mas principalmente em termos da existência de uma só pessoa. Se essa ação terminasse de repente, o universo como o entendemos deixaria de existir, sendo substituído imediatamente pelo caos. Esse mesmo conceito justifica um preceito tradicional do Candomblé que diz que é necessário alimentar e cuidar de Oxumarê muito bem pois, se ele perder suas forças e morrer, a conseqüência será nada menos que o fim da vida no mundo.

Enquanto o arco-íris traz a boa notícia do fim da tempestade, da volta do sol, da possibilidade de movimentação livre e confortável, a cobra é particularmente perigosa para uma civilização das selvas, já que ela está em seu hábitat característico, podendo realizar rápidas incertas.

Outra fonte de indefinição a respeito do Orixá vem das contradições existentes em suas lendas no Brasil e na própria África. Oxumarê é uma divindade originária da cultura do Daomé, região centro-norte da África. Há séculos tal civilização foi dominada pelos iorubas, povo mais primitivo no sentido de organização social e visão religiosa, mas, em compensação, mais poderoso em termos de organização militar. Como aconteceu com Roma e Grécia, a dominação de uma sociedade menos rica em produções culturais ou no terreno da superestrutura em geral fizeram com que os mitos dos daomeanos não fossem apenas reprimidos, pelo contrário, os iorubas não tentaram impor sua cultura ao povo dominado. Ficaram na verdade impressionados com sua cosmologia e tentaram assimilá-la, principalmente nas figuras que não fossem formas semelhantes a divindades que também possuíssem. Oxumarê foi um desses casos. O princípio da dualidade dos iorubas fazia parte dos Orixás-crianças (Ibeji) – A dualidade que eles representam, porém, é mais próxima do comportamento contraditório e irresponsável em termos ético das crianças, ainda não reprimidas pela codificação social. Já a dualidade de Oxumarê é mais abrangente e até mesmo metafísica, pois representa os ciclos que não estão ao alcance do ser humano.

Oxumarê, Iroco, Omolu, Obaluaê e Nanã, os Orixás do Daomé mais conhecidos e cultuados, castigam quando dispostos ou provocados, mas raramente se arrependem e não possuem as falhas humanas, visíveis e humanizadoras das figura do panteão ioruba.

CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXUMARÊ

Como é comum a todas as divindades originárias do Daomé (cultura jeje) é relativamente difícil estabelecer um arquétipo específico de comportamento associado ao Orixá, já que ele é misterioso e cheio de sombras e mitos. Os filhos de Oxumarê são bem mais difíceis de serem reconhecidos dos os guerreiros filhos de Iansã, os calmos e sábios filhos de Oxalá e os maternais e familiares filhos de Iemanjá, por exemplo. Mesmo assim, algumas características básicas podem ser listadas. Há, porém, divergências em relação às suas características ao consultarmos autores diferente. Para o renomado pesquisador Pierre Verger, por exemplo, Oxumarê pode ser associado à riqueza: Oxumarê é o arquétipo das pessoas que desejam ser ricas; das pessoas pacientes e perseverantes nos seus empreendimentos e que não medem sacrifícios para atingir seus objetivos.

Já Monique Augras, segundo sua visão a respeito dos filhos de Oxumarê, eles costumam possuir o dom da vidência. Quando vivia na terra, Oxumarê previa tudo, adivinhava o que ia acontecer, a tal ponto que não era mais possível viver. Os deuses então decidiram mantê-lo afastado dos homens, pois a clarividência total acaba transformando-se em maldição. A Seu pedido, Oxumarê obteve a autorização de descer na terra de três em três anos.

Verger acrescenta que Oxumarê está associado ao misterioso, a tudo que implica o conceito de determinação além dos poderes dos homens, do destino, enfim: É o senhor de tudo o que é alongado. O cordão umbilical, que está sob seu controle, é enterrado geralmente com a placenta,sob uma palmeira que se torna propriedade do recém-nascido, cuja saúde dependerá da boa conservação dessa árvore.

Assim, ao arquétipo de comportamento associado à figura desse Orixá complexo está a tendência à renovação, a compulsividade à mudança. Seus filhos estão entre aquelas pessoas que, de tempos em tempos, mudam tudo em sua vida: mudam de casa, de amigos, de emprego, como se ciclos se sucedessem sempre, obrigatoriamente, exigindo e provocando rompimento com o passado e iniciando diuturnamente a busca de um novo equilíbrio que deverá persistir até num novo momento de ruptura, desintegração e substituição. Mutabilidade, reinício é seu princípio básico, aproximando-o dos mitos ocidentais referentes ao planeta Plutão, o astro da morte, da destruição, da revolução como forma de renascimento e ressurreição.

Também são apontados nos filhos de Oxumarê certos traços de orgulho e de ostentação, algo que os aproxima do clichê do novo-rico, exibicionista, quando surge um grave problema para alguém de sua amizade, e que precisa efetivamente da sua ajuda. A androginia do Orixá, por vezes é estendida a seus filhos. Estes, segundo algumas correntes, seriam bissexuais em potencial, mas essa interpretação não é aceita universalmente.

Fisicamente, os filhos de Oxumarê tendem a se movimentar extremamente leve, pouco levantando os pés do chão. Têm em comum com a cobra a facilidade em serem silenciosos, armarem seus botes na vida sem que as pessoas em torno se apercebam disso e só atacando seus inimigos quando têm plena certeza da vitória, que a vítima está encurralada num território que não é o seu.

A.D.


OGUM

O PERFIL DO ORIXÁ

Divindade masculina ioruba, figura que se repete em todas as formas maiogum_gif s conhecidas da mitologia universal.

Ogum é o arquétipo do guerreiro. Bastante cultuado no Brasil, especialmente por ser associado à luta, à conquista, é a figura do astral que, depois de Exu, está mais próxima dos seres humanos. Foi uma das primeiras figuras do candomblé incorporada por outros cultos, notadamente pela Umbanda, onde é muito popular.

É Sincretizado com São Jorge ou com Santo Antônio, tradicionais guerreiros dos mitos católicos, também lutadores, destemidos e cheios de iniciativa.

A relação de Ogum com os militares (é considerado o protetor de todos os guerreiros) tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, sempre associado às forças armadas, como da sua figura de comandante supremo ioruba. Dizem as lendas que se alguém, em meio a uma batalha, repetir determinadas palavras (que são do conhecimento apenas dos iniciados), Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou. Porém, elas (as palavras) não podem ser usadas em outras circunstâncias, pois, tendo excitado a fúria por sangue do Orixá, detonaram um processo violento e incontrolável; se não encontrar inimigos diante de si após te sido evocado, Ogum se lançará imediatamente contra quem o chamou.

Ogum não era, segundo as lendas, figura que se preocupasse com a administração do reino de seu pai, Odudua; ele não gostava de ficar quieto no palácio, dava voltas sem conseguir ficar parado, arrumava romances com todas as moças da região e brigas com seus namorados.

Não se interessava pelo exercício do poder já conquistado, por que fosse a independência a ele garantida nessa função pelo próprio pai, mas sim pela luta.
Ogum, portanto, é aquele que gosta de iniciar as conquistas mas não sente prazer em descansar sobre os resultados delas, ao mesmo tempo é figura imparcial, com a capacidade de calmamente exercer (executar) a justiça ditada por Xangô. É muito mais paixão do que razão: aos amigos, tudo, inclusive o doloroso perdão: aos inimigos, a cólera mais implacável, a sanha destruidora mais forte.

Segundo as pesquisas de Monique Augras, na África, Ogum é o deus do ferro, a divindade que brande a espada e forja o ferro, transformando-o no instrumento de luta. Assim seu poder vai-se expandindo para além da luta, sendo o padroeiro de todos os que manejam ferramentas: ferreiros, barbeiros, tatuadores, e, hoje em dia, mecânicos, motoristas de caminhões e maquinistas de trem. É, por extensão o Orixá que cuida dos conhecimentos práticos, sendo o patrono da tecnologia. Do conhecimento da guerra para o da prática: tal conexão continua válida para nós, pois também na sociedade ocidental a maior parte das inovações tecnológicas vem justamente das pesquisas armamentistas, sendo posteriormente incorporada à produção de objetos de consumo civil, o que é particularmente notável na industria automobilística, de computação e da aviação.

Assim, Ogum não é apenas o que abre as picadas na matas e derrota os exércitos inimigos; é também aquele que abre os caminhos para a implantação de uma estrada de ferro, instala uma fábrica numa área não industrializada, promove o desenvolvimento de um novo meio de transporte, luta não só contra o homem, mas também contra o desconhecido.

É pois, o símbolo do trabalho, da atividade criadora do homem sobre a natureza,da produção e da expansão, da busca de novas fronteiras, de esmagamento de qualquer força que se oponha à sua própria expansão.

Tem, junto com Exu, posição de destaque logo no início de um ritual. Tal como Exu, Ogum também gosta de vir à frente. A força de Ogum está tanto na coragem de se lançar à luta como na objetividade que o domina nesses momentos (e o abandona nos momentos de prazer e gozo).

É fácil, nesse sentido, entender a popularidade de Ogum: em primeiro lugar, o negro reprimido, longe de sua terra, de seu papel social tradicional, não tinha mais ninguém para apelar, senão para os dois deuses que efetivamente o defendiam: “Exu (a magia) e Ogum (a guerra)”; segundo Pierre Verger. Em segundo lugar, além da ajuda que pode prestar em qualquer luta, Ogum é o representante no panteão africano não só do conquistador mas também do trabalhador manual, do operário que transforma a matéria-prima em produto acabado: ele é a própria apologia do ofício, do conhecimento de qualquer tecnologia com algum objetivo produtivo, do trabalhador, em geral, na sua luta contra as matérias inertes a serem modificadas .
Ogum gosta do preto no branco, dos assuntos definidos em rápidas palavras, de falar diretamente a verdade sem ter de preocupar-se em adaptar seu discurso para cada pessoa.

Ogum gosta de dormir no chão, precisa que o corpo entre em contato sempre direto com a natureza e dispensa roupas elaboradas e caras, que possam ser complicadas de vestir ou que exijam muito espaço na mochila. Não tem compromisso com ninguém, nem com seus próprios objetos.

A violência e a energia, porém não explicam Ogum totalmente. Ele não é o tipo austero, embora sério e dramático, nunca contidamente grave. Quando irado, é implacável, apaixonadamente destruidor e vingativo; quando apaixonado, sua sensualidade não se contenta em esperar nem aceita a rejeição. Ogum sempre ataca pela frente, de peito aberto, como o clássico guerreiro.

Existem sete tipos diferentes de Ogum, mas Ogum Xoroquê merece um destaque específico, pois é um Orixá masculino duplo, ou seja possui duas formas diferentes de manifestação. É associado à irmandade e afinidade estreita de Ogum com Exu, pois passa seis meses do ano como Ogum e os outros como Exu, sendo considerado guerreiro feroz, irascível e imbatível.

CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OGUM

Não é difícil reconhecer um filho de Ogum. Tem um comportamento extremamente coerente, arrebatado e passional, aonde as explosões, a obstinação e a teimosia logo avultam, assim como o prazer com os amigos e com o sexo oposto.

Os homens e mulheres que têm Ogum como seu Orixá de cabeça, vão ter comportamentos diferentes, de acordo com os segundos e terceiros Orixás que os influencia “ajuntós” (adjutores). De qualquer forma , terão alguns traços comuns: são conquistadores, incapazes de fixar-se num mesmo lugar, gostando de temas e assuntos novos,conseqüentemente apaixonados por viagens, mudanças de endereço e de cidade. Um trabalho que exija rotina, tornará um filho de Ogum um desajustado e amargo.

São apreciadores das novidades tecnológicas, são pessoas curiosas e resistentes, com grande capacidade de concentração no objetivo em pauta; a coragem é muito grande, a franqueza absoluta, chegando mesmo à falta de tato.


OMOLU/OBALUAÊ (o senhor das doenças)

PERFIL DO ORIXÁ

Esta pesquisa se dedica ao Orixá da Doença ou Orixá da Varíola. Ambos os nomes surgem quando nos referimos à esta figura, seja Omolu seja Obaluaê. Para a maior parte dos devotos do Candomblé e da Umbanda, os nomes são praticamente intercambiáveis, referentes a um mesmo arquétipo e, correspondentemente, uma mesma divindade. Já para alguns babalorixás, porém, há de se manter certa distância entre os dois termos, uma vez que representam tipos diferentes do mesmo Orixá. omulu-obaluaie_gif

São também comuns as variações gráficas Obaluaê e Abaluaê.

Em termos mais estritos, Obaluaê é a forma jovem do Orixá Xapanã, enquanto Omolu é sua forma velha. Como porém, Xapanã é um nome proibido tanto no Candomblé como na Umbanda, não devendo ser mencionado pois pode atrair a doença inesperadamente, a forma Omulu é a que mais se popularizou e acabou sendo confundida não apenas com a forma mais velha do Orixá, mas com sua essência genérica em si. Esta distinção se aproxima da que existe entre as formas básica de Oxalá: Oxalá (o Crucificado), Oxaguiã a forma jovem e Oxalufã a forma mais velha.

A figura de Omulu-Obaluaê, assim como seus mitos, é completamente cercada de mistérios e dogmas indevassáveis. Em termos gerais, a essa figura é atribuído o controle sobre todas as doenças, especialmente as epidêmicas. Faria parte da essência básica vibratória do Orixá tanto o poder de causar a doença como o de possibilitar a cura do mesmo mal que criou.

Em algumas narrativas mais tradicionalistas tentam apontar-se que o conceito original da divindade se referia ao deus da varíola, tal visão porém, nos parece uma evidente limitação. A varíola não seria a única doença sob seu controle, simplesmente pôr ser a epidemia mais devastadora e perigosa que conheciam os habitantes da comunidade original africana, onde surgiu Omulu-Obaluaê, o Daomé.

Assim, sombrio e grave como Iroco, Oxumarê (seus irmãos) e Nanã (sua Mãe), Omulu-Obaluaê é uma criatura da cultura jeje, posteriormente assimilada pelos iorubas. Enquanto os Orixás iorubanos são extrovertidos, de têmpera passional, alegres, humanos e cheios de pequenas falhas que os identificam com os seres humanas, a figuras daomeanas estão mais associadas a uma visão religiosa em que distanciamento entre deuses e seres humanos é bem maior. Quando há aproximação, há de se temer, pois alguma tragédia está para acontecer, pois os Orixás do Daomé são austeros no comportamento mitológico, graves e conseqüentes em suas ameaças.
A visão de Omulu-Obaluaê é a do castigo. Se um ser humano falta com ele ou um filho-de-santo seu é ameaçado, o Orixá castiga com violência e determinação, sendo difícil uma negociação ou um aplacar, mais prováveis nos Orixás iorubas.

Pierre Verger, nesse sentido, sustenta que a cultura do Daomé é muito mais antiga que a ioruba, o que pode ser sentido em seus mitos: A antigüidade dos cultos de Omolu- Obaluaê e Nanã (Orixá feminino), freqüentemente confundidos em certas partes da África, é indicada por um detalhe do ritual dos sacrifícios de animais que lhe são feitos. Este ritual é realizado sem o emprego de instrumentos de ferro, indicando que essas duas divindades faziam parte de uma civilização anterior à Idade do Ferro e à chegada de Ogum.

Como parte do temor dos iorubas, eles passaram a enxergar a divindade (Omulu-Obaluaê) mais sombria dos dominados como fonte de perigo e terror, entrando num processo que podemos chamar de malignação de um Orixá do povo subjugado, que não encontrava correspondente completo e exato (apesar da existência similar apenas de Ossâim). Omulu-Obaluaê seria o registro da passagem de doenças epidêmicas, castigos sociais, já que atacariam toda uma comunidade de cada vez.

Existe uma grande variedade de tipos de Omulu-Obaluaê, como acontece praticamente com todos os Orixás. Existem formas guerreiras e não guerreiras, de idades diferentes, etc.., mas resumidos pelas duas configurações básicas do velho e do moço. A diversidade de nomes pode também nos levar a raciocinar que existem mitos semelhantes em diferentes grupos tribais da mesma região, justificando que o Orixá é também conhecido como Skapatá, Omolu Jagun, Quicongo, Sapatoi, Iximbó, Igui.

CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OMOLU-OBALUAIÊ

Ao senhor da doença é relacionado um arquétipo psicológico derivado de sua postura na dança: se nela Omulu-Obaluaê esconde dos espectadores suas chagas, não deixa de mostrar, pelos sofrimentos implícitos em sua postura, a desgraça que o abate. No comportamento do dia-a-dia, tal tendência se revela através de um caráter tipicamente masoquista.

Pierre Verger define os filhos de Omolu como pessoas que são incapazes de se sentirem satisfeitas quando a vida corre tranqüila para elas. Podem até atingir situações materiais e rejeitar, um belo dia, todas essas vantagens por causa de certos escrúpulos imaginários. São pessoas que, em certos casos, se sentem capazes de se consagrar ao bem-estar dos outros, fazendo completa abstração de seus próprios interesses e necessidades vitais.

No Candomblé, como na Umbanda, tal interpretação pode ser demais restritiva. A marca mais forte de Omolu-Obaluaê não é a exibição de seu sofrimento, mas o convívio com ele. Ele se manifesta numa tendência autopunitiva muito forte, que tanto pode revelar-se como uma grande capacidade de somatização de problemas psicológicos (isto é, a transformação de traumas emocionais em doenças físicas reais), como numa elaboração de rígidos conceitos morais que afastam seus filhos-de-santo do cotidiano, das outras pessoas em geral e principalmente os prazeres. Sua insatisfação básica, portanto, não se reservaria contra a vida, mas sim contra si próprio, uma vez que ele foi estigmatizado pela marca da doença, já em si uma punição.

Em outra forma de extravasar seu arquétipo, um filho do Orixá , menos negativista, pode apegar-se ao mundo material de forma sôfrega, como se todos estivessem perigosamente contra ele, como se todas as riquezas lhe fossem negadas, gerando um comportamento obsessivo em torno da necessidade de enriquecer e ascender socialmente.

Mesmo assim, um certo toque do recolhimento e da autopunição de Omolu-Obaluaê serão visíveis em seus casamentos: não raro se apaixonam por figuras extrovertidas e sensuais (como a indomável Iansã, a envolvente Oxum, o atirado Ogum) que ocupam naturalmente o centro do palco, reservando ao cônjuge de Omulu-Obaluaê um papel mais discreto. Gostam de ver seu amado brilhar, mas o invejam, e ficam vivendo com muita insegurança, pois julgam o outro, fonte de paixão e interesse de todos.
Assim como Ossâim, as pessoas desse tipo são basicamente solitárias. Mesmo tendo um grande círculo de amizades, freqüentando o mundo social, seu comportamento seria superficialmente aberto e intimamente fechado, mantendo um relacionamento superficial com o mundo e guardando sua intimidade ara si própria. Não raro são pessoas que julgam.

Ter características detestáveis, que vivem criticando, motivo de vergonha. O filho do Orixá oculta sua individualidade com uma máscara de austeridade, mantendo até uma aura de respeito e de imposição, de certo medo aos outros. Pela experiência inerente a um Orixá velho, são pessoas irônicas. Seus comentários porém não são prolixos e superficiais, mas secos e diretos, o que colabora para a imagem de terrível que forma de si próprio.

Um último, mas importante detalhe; em diversas de suas lendas, o Orixá da varíola é apresentado como uma divindade que perdeu uma perna. Isso se refletiria em seus filhos como um defeito congênito em uma das pernas ou a tendência a sofrer, durante sua vida, por um problema de relativa gravidade em seus membros inferiores, a partir de quedas ou desastres que podem ou não ser curados e ultrapassados.

A.D.


OBÁ

O PERFIL DO ORIXÁ

Orixá yoruba semelhante à Oya. Orixá do rio Obá, foi a terceira das esposas deoba Xangô, e também mulher de Ogum. Segundo uma lenda de Ifá, Obá era muito enérgica e forte, mais que alguns orixás masculinos, vencendo na luta, Oxalá, Xangô e Orunmilá. A rivalidade surgiu entre ela e Oxum.

Esta jovem e elegante. Obá mais velha e sem muita vaidade, mas com pretensão ao amor de Xangô. Sabendo o quanto este era guloso, procurava sempre surpreender os segredos da receitas de cozinha utilizada por Oxum, que irritada decidiu-se pregar-lhe uma peça, quando um dia pediu-lhe que viesse assistir a preparação de determinado prato, que, segundo Oxum, Xangô, o esposo comum, adorava.

Quando Obá chegou, Oxum, estava com a cabeça coberta com um pano que lhe escondia as orelhas, e, cozinha uma sopa na qual boiavam dois cogumelos.

Oxum mostrou dizendo que havia cortado as próprias orelhas, colocando na sopa, para preparar o prato predileto de Xangô. Quando lhe foi servido, tomou com apetite e satisfação, retirando-se, todo gentil na companhia de Oxum. Na semana seguinte que era a vez de Obá cuidar de Xangô, decidiu fazer a receita predileta de Xangô, cortou uma de suas orelhas e cozinhou com a sopa.

Xangô ficou repugnado e furioso com a cena. Neste momento apareceu Oxum, retirou seu lenço, onde Obá viu que as orelhas de Oxum nunca haviam sido cortadas, sendo por esta caçoada, seguiu-se violenta luta corporal, Xangô mostrou toda sua irritação e furor. Oxum e Obá, fugiram apavoradas e transformaram-se nos rios que levam seus nomes.

Motivo pelo qual, quando Obá se manifesta em alguma das suas iniciadas, leva a mão para cobrir a orelha esquerda, ou ata-se um torço (turbante), a fim de esconder uma das orelhas.
Sua cor é vermelha.
Sua saudação: Oba sire (Obá xirê).

QUALIDADES

Obá Gideo: Xangô, Oyá, Oxum = Iemanjá
Obá Rewá: Oyá e Xangô

ARQUÉTIPO

São pessoas valorosas e incompreendidas. Suas tendências são um pouco viril. As suas atitudes militantes e agressivas são conseqüências de experiências infelizes ou amargas por elas vividas. Os seus insucessos devem-se, freqüentemente, a um ciúme um tanto mórbido. Entretanto, encontram compensação para as frustações sofridas em sucessos materiais, onde a sua avidez de ganho e o cuidado de nada perder dos seus bens tornam-se garantia de sucesso.

PARTICULARIDADES

DIA: quarta-feira
DATA: 30 e 31 de maio
METAL: cobre
COR: marrom rajado
PARTES DO CORPO: audição, orelha e junto com EWA, protege o consciente.
SÍMBOLO: ofangi (espada) e um escudo de cobre.
SACRIFÍCIO: = (Oyá)
ELEMENTO: fogo
FOLHAS: Candeia, negamina, folha de amendoeira.


IBEJI (o Orixá-criança)

O PERFIL DO ORIXÁ

Ibeji, o único Orixá permanentemente duplo, aproxima-se de Exu pelo seu comportamento arquetípico independente. ibeji1

É formado por duas entidades distintas e sua função básica é indicar a contradição, os opostos que coexistem. Num plano mais terreno, por ser criança. A ele é associado a tudo o que se inicia: a nascente de um rio, o germinar das plantas, o nascimento de um ser humano.

Seus filhos são pessoas com o temperamento infantil, brincalhonas, sorridentes, irrequietas, de muita energia nervosa. Como marca física, aparentam menos idade do que realmente possuem.

São muito dependentes em seus relacionamentos emocionais, quase sempre teimosos e possessivos.

Ágeis no caminhar, não têm paciência para ficar parados por muito tempo. Odeiam profissões burocráticas e preferem os esportes onde descarregam a e energia e possam competir ou as carreiras que possibilitem algum prazer lúdico. São muito cativantes e carinhosos, com uma sensibilidade sempre à flor da pele; por isso mesmo, magoam-se com facilidade, exageram as contrariedades e agressões que recebem e se deixam levar por mal-entendidos. Gostam de vinganças, que costumam ser rápidas e esquecidas.

vunjiTendem a simplificar as coisas, reduzindo o comportamento dos outros a princípios simplistas como “gosta de mim – não gosta de mim”

Como a maior parte das crianças, gosta de estar em meio a muita gente. As pessoas da Umbanda freqüentemente temem Ibeji: poderoso como todo o Orixá, a criança-divindade, entretanto, entende os pedidos de maneira simplista, o que pode levar a conseqüências não previstas pelas entidades em geral. Por outro lado, têm a reputação de ser extremamente fiéis às pessoas que conquistam sua confiança.

No dia de Ibeji, 27 de setembro (o mesmo de Cosme e Damião, com quem são sincretizados), é costume as casas de culto abrirem suas portas e oferecerem mesas fartas de doces e comidas para as crianças, elevadas à condição de representantes na terra do Orixá.

Qualquer participação de Ibeji em cerimônias, dá um toque alegre e inconseqüente à ela, sendo freqüente que as comidas ritualísticas a eles oferecidas recebam enfeites como fitas de cetim em cores vivas.

A Ibeji se oferece todas as cores vivas e as roupas de seus filhos, em cerimônia, são multicoloridas.

São homenageados aos domingos, recebendo como comidas rituais, doces, bolinhos, balas, e refrigerantes.

A saudação ao Ibeji é Beje ó ró La ó.

A.D.


EXU (O MENSAGEIRO DOS ORIXÁS)

exu45411 Exu é a figura mais controvertida dos cultos afro-brasileiros e também a mais conhecida. Há, antes de mais nada, a discussão se Exu é um Orixá ou apenas uma Entidade diferente, que ficaria entre a classificação de Orixá e Ser Humano.

Sem dúvida, ele trafega tanto pelo mundo material (ayé), onde habitam os seres humanos e todas as figuras vivas que conhecemos, como pela região do sobrenatural (orum), onde trafegam Orixás, Entidades afins e as Almas dos mortos (eguns).

Esse Orixá (ou Entidade) não deve ser confundido com os “eguns”, apesar de transitar na mesma Linha das Almas (uma das três linhas independentes) sendo o seu dia a segunda-feira; ficando sob o seu controle e comando, os Kiumbas (espíritos atrasadíssimos na evolução).

Exu é figura de status entre os Orixás, que apesar de ser subordinado ao poder deles, constitui uma figura tão poderosa que freqüentemente desafia as próprias divindades.

Sua função e condição de figura-limite entre o astral e a matéria, se revela em suas cores, o negro e o vermelho, sendo esta última a vibração de menor freqüência no espectro do olho humano, abaixo do qual tudo é negro, há ausência de luz.

Seus aspectos contraditórios também podem ser analisados sob outro ponto de vista: o negro significa em quase todas as teologias o desconhecido;
o vermelho é a cor mais quente, a forte iluminação em oposição à escuridão do negro. Até em suas cores, Exu é o símbolo das grandes contradições, do amplo terreno de atuação.

Os Exus são considerados entidades poderosas, mas nem sempre conscientes dessa força, desconhecendo seus limites e suas conseqüências ao envolver os seres humanos vivos.

Assim ao utilizar-se de suas vibrações, um iniciado precisa tomar cuidado para não permitir que Exu, mesmo com o propósito de ajudá-lo, provoque um descontrole energético que possa ser prejudicial ao ser humano.

Sua função mítica é a de mensageiro – é o que leva os pedidos e oferendas do homens aos Orixás, já que o único contato direto entre essas diferentes categorias só acontece no momento da incorporação, quando o corpo do ser humano é tomado pela energia e pela consciência do seu Orixá pessoal (quando a consciência de quem “carrega” o Orixá desaparece). É Exu quem traduz as linguagens humanas para a das divindades. Por isso, é imprescindível para a realização de qualquer ritual, porque é o único que efetivamente assegura em uma dimensão (ayé ou orum) o que está acontecendo na outra, abrindo os caminhos para os Orixás se aproximarem dos locais onde estão sendo cultuados.

O poder de comunicar e ligar, confere à ele também o oposto; a possibilidade de desligar e comprometer qualquer comunicação. Se possibilita a construção, também permite a destruição. Esse poder foi traduzido mitologicamente no fato de Exu habitar as encruzilhadas, passagens, os diferentes e vários cruzamentos entre caminhos e rotas, e ser o senhor das porteiras, portas entradas e saídas. Isso não entra em contradição com o fato de Ogum, o Orixá da guerra, ser considerado o senhor dos caminhos. Além da grande afinidade entre as duas figuras míticas (que são irmãos, de acordo com as lendas), Ogum é responsável pelo desbravamento, pelo desmatar e o criar de novos caminhos, pela expansão do reino, enquanto Exu é o senhor da força que percorre esses caminhos.

Como, então, essa imagem de menino brincalhão, mesmo que imprudente, se coaduna com a imagem popular que associa Exu ao Diabo? Mesmo em cultos de Umbanda (alguns) Exu é freqüentemente considerado um representante do mal, das forças perigosas e não totalmente recomendáveis.

Qual a visão está correta?

A rigor, ambas ou nenhuma delas. Exu realmente brinca e se diverte, possibilitando brincadeiras e prazeres aos seres humanos. Também mexe com forças terríveis, provoca acontecimentos dramáticos, causando o mal.

Em termos históricos, as culturas africanas que cultuam os Orixás – muito diversificadas, conseqüência evidente de uma sociedade dividida em raças, tribos, muito pouco centralizada para os parâmetros ocidentais – são muito mais antigas que as que conhecemos. Há lendas de Orixás que se explicam como respostas socialmente criativas a acontecimentos perdidos num longínquo passado, como a substituição do matriarcado pelo patriarcado, o surgimento do primeiro conceito de sociedade agrária, em oposição a uma cultura nômade e caçadora.

Assim, como encontrar uma figura que representa o mal numa cultura onde não existe a dicotomia bem-mal? A moralidade ou imoralidade portanto, não está nas figuras dos Orixás, nem principalmente em Exu, mas sim nas interpretações que nós, ocidentais, fazemos a respeito de seus desígnios.

Para a cultura africana, politeísta, onde os deuses brigam entre si, cada um tomando atitudes radicalmente opostas às dos outros, não existe um certo e um errado, mas vários. Cada ser humano é “filho” de dois Orixás e, para ele, suas atitudes serão as mais corretas, enquanto um “filho” de outro Orixá deverá manter postura diferente, mas adaptada ao arquétipo de comportamento associado ao seu próprio Orixá.
Outra razão de confusão vem do fato de os negros terem chegado ao Brasil na condição de escravos, tratados como subumanos e sem os mínimos direitos.
Nenhuma hipótese havia, portanto, para que Exu e outras figuras míticas do Candomblé e da Umbanda, fossem aceitas como independentes: os negros tinham de ser convertidos ao “Deus Único”, aos mitos cristãos.

Uma divindade africana ao ser “capturada” pelas explicações católicas, teria no máximo o status de santo, divindade menor, praticamente humana, na teologia cristã.
Como precisavam de um Diabo, os jesuítas encontraram na figura de Exu, o Orixá que poderia meio forçadamente, vestir a sua roupa, provavelmente porque, sendo o mais humano dos Orixás, à ele se pede interferência nas questões mais mundanas e práticas, o que resulta que a maior parte das oferendas do culto vá, para ele.

Exatamente por isso, Exu era a divindade que protegia, na medida do possível, os negros dos repressivos senhores. Era para Exu que pediam desgraças para seus senhores.

Dois outros fatores associam Exu ao Demônio; o fogo – elemento do Diabo e também freqüente nos cultos e oferendas para o mensageiro dos Orixás africanos – e o sexo, território considerado tabu pelos católicos, e o prazer – em geral, as atividades favoritas de Exu. A sensualidade desenfreada costuma ser atribuída à influência de Exu, que significa a paixão pelo gozo, sendo freqüentemente representado em estatuetas, como figura humana sorridente, debochada. Para completar os tabus que marcavam Exu como uma figura que subvertia o conceito de “faça o bem e será recompensado, faça o mal e será punido” – já que ele podia fazer qualquer coisa e alterar qualquer resultado – mas um fator fez com que fosse não só usado como o Diabo mas reconhecido como sua própria encarnação por parte dos jesuítas: Exu gosta de sangue.

É costume que, em oferendas, o sangue de animais seja o último ingrediente.
Como, porém, essa base filosófica africana foi esquecida na prática pelos brasileiros, existe certo temor e preconceito com relação a Exu. Isso se revela no temor que os babalorixás (sacerdotes que dirigem a Umbanda ou um Candomblé) têm em identificar alguém como filho de Exu, ou seja, como pessoas cuja energia básica é a mesma do mensageiro dos deuses. Reforçam-se assim, os mitos de desgraça que ronda a figura de Exu.

A Pomba Gira, figura comum nos cultos de Umbanda e presente em diversos Candomblés, dada a grande intercomunicação entre as duas vertentes, não passa, de um Exu Feminino, onde estão em destaque o senso de humor debochado, a voluptuosidade e sensibilidade desenfreadas, usando cabelos soltos, saias rodadas e vaidosas flores na cabeça. Sua dança é uma gira frenética, desenfreada, violenta até, com quase nenhum controle – sem “compostura”, de acordo com a visão ocidental.

CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE EXU

São muitas as pessoas que têm Exu, como fonte energética principal, mas são poucas as que o sabem. É comum um certo temor do pai-de-santo em comunicar ao iniciado que é um filho de Exu (englobado na Linha das Almas), após a confirmação do jogo de búzios. Acontece que os mitos ocidentais e orientais de perigo e desgraça que andam junto de Exu, fazem com que a pessoa que está sob a égide desse Orixá seja considerada uma perseguida da sorte, marcada pelo destino, e são comumente apontados como sofredores, como se ligados ao mal ou ao padecimento.

O arquétipo psicológico associado aos filhos de um Orixá é a síntese das características comportamentais que fazem parte de cada Orixá e que são atribuídas aos seus filhos. Não deve ser encarado como camisa de força que limite os seres humanos, mas guias de comportamento. Essas guias de comportamento ou “matrizes”, são os Orixás.

No caso dos filhos de Exu, suas características principais seriam a ambivalência e o relativismo, a falta de posturas morais rígidas e inabaláveis, preferindo certo apego à maleabilidade e ao pragmatismo que faz cada situação ser encarada como totalmente independente de outra, cada uma, portanto, merecendo uma saída diferente.

A.D.


As fontes Energéticas da Umbanda

Muitas pessoas necessitam, ainda, de algo que funcione como muletas psicológicas, a fim de desenvolverem seu potencial.

Mas na Umbanda o que acontece é bem diferente, o altar ou “gongá”, os objetos de culto e todo o simbolismo são utilizados visando compor o que as entidades chamam de “bateria magnética”, uma espécie de bateria psíquica que concentra as energias para as tarefas a serem realizadas. congá

A Umbanda, como já vimos, lida com fluidos, às vezes, muito pesados, com magnetismo elementar e uma grande quantidade de pessoas que vem em busca de recursos e devido à falta de informação não conseguem compreender seu verdadeiro objetivo.

O “gongá” é uma verdadeira concentração de energia, pois todos concentram nele seus pensamentos, suas orações, suas criações mentais mais sutis. Então quando os mentores espirituais precisam de uma cota de energia maior para a realização de determinadas atividades, recorrem a esse “depósito de energia”, mas o gongá é também um imenso reservatório de ectoplasma, força nervosa grandemente utilizada devido à natureza dos trabalhos.

Os cânticos ou “pontos cantados” também têm um profundo significado dentro dos rituais da Umbanda, usados não só para a invocação dos “guias”, ou mentores espirituais, e para a identificação dos mesmos quando estes se manifestam, servem também como condensadores de energia, é uma espécie de mantra, palavras consagradas por seu alto potencial de captação energética, e de acordo com o ponto cantado, uma imensa quantidade de energia vai se formando e se aglutinando na psicosfera ambiente, energia esta, que depois é absorvida pela aura dos que ali se encontram, além de se agregarem em torno do gongá.

Seguindo o mesmo processo, também temos os chamados “banhos de descarrego”, tão receitados pelas entidades, sabemos bem do poder das ervas e de seu magnetismo, que quando utilizados adequadamente podem operar verdadeiros prodígios, gerando equilíbrio e harmonia.

As plantas guardam, em seu estado de evolução, muita energia e vitalidade, os raios que são absorvidos do sol no processo da fotossíntese, formam uma aura particular em cada família do reino vegetal, que se associa ao próprio quimismo da planta, que quando são colocadas em infusão transmitem à água todo o seu potencial energético, curador e reconstituinte.

Quando o adepto toma o banho com a mistura de determinadas ervas, todo o magnetismo que ali está associado provoca em alguns casos, um choque energético ou uma reconstituição das camadas mais externas de sua aura. Na verdade, isso não tem nada a ver com o misticismo, é puramente científico. Sob a influencia abençoada das ervas, muitos benefícios tem sido alcançados por inúmeras pessoas. Na atualidade, muitos cientistas deram sua contribuição com a descoberta dos florais, que obedecem ao mesmo princípio terapêutico dos chás e banhos de ervas.

Nas defumações, empregadas na Umbanda, o princípio é o mesmo, mas em lugar de empregar as ervas em infusão, elas são queimadas, e na queima, suas propriedades terapêuticas são transmitidas e utilizadas de forma energicamente pura, ou seja, o fogo, a combustão, transforma a matéria em energia, isto é a lei da física, e quando determinada erva é queimada, sua parte fluídica ou etérea se concentra aliando-se ao seu potencial próprio, o potencial da parte física que se transforma em energia no momento da combustão, o produto obtido aí, aliado ao fluido energético dos espíritos que sabem manipular tais recursos, são de eficácia comprovada em casos de parasitismos, simbioses e larvas astrais, que são literalmente arrancados de seus hospedeiros encarnados. Neste caso, também não se trata de misticismo, mas de puro conhecimento de certas propriedades dos elementos vegetais, animais e minerais a serviço do bem.

Podemos observar que todas essas energias são utilizadas para desestruturar as criações mentais inferiores que se encontram nas auras dos adeptos. Mas para muitos, tudo isso significa apenas uma forma de adorar ou de se prestar culto às forças da natureza, ou um elo de ligação e união com os guias e mentores espirituais, e é por isso que os umbandistas têm a necessidade de cada vez mais se esclarecer sobre as questões de sua religião para compreenderem as leis que regem as atividades da espiritualidade e para não continuarem na ignorância do que ocorre transformando tudo em misticis

FONTE: ESTA PUBLICAÇÃO FOI RETIRADA INTEGRALMENTE DO SITE:http://estudoreligioso.wordpress.com/2008/09/23/ Acessado em 29/10/2009

Quem foi Macolm X?

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Filmes e sinopses

CRASH - NO LIMITE

sinopse:

Jean Cabot (Sandra Bullock) é a rica e mimada esposa de um promotor, em uma cidade ao sul da Califórnia. Ela tem seu carro de luxo roubado por dois assaltantes negros. O roubo culmina num acidente que acaba por aproximar habitantes de diversas origens étnicas e classes sociais de Los Angeles: um veterano policial racista, um detetive negro e seu irmão traficante de drogas, um bem-sucedido diretor de cinema e sua esposa, e um imigrante iraniano e sua filha.

O Último Rei da Escócia

O Último Rei da Escócia



sinopse:

Nicholas Garrigan (James McAvoy) é um elegante médico escocês, que deixou recentemente a faculdade. Ele parte para Uganda em busca de aventura, romance e alegria, por poder ajudar um país que precisa muito de suas habilidades médicas. Logo após sua chegada Nicholas é levado ao local de um acidente bizarro, onde o líder recém-empossado do país Idi Amin (Forest Whitaker), atropelou uma vaca com seu Maserati. Nicholas consegue dominar a situação, o que impressiona Amin. Obcecado com a cultura e a história da Escócia, Amin se afeiçoa a Nicholas e lhe oferece a oportunidade de ser seu médico particular. Ele aceita a oferta, o que faz com que passe a frequentar o círculo interno de um dos mais terríveis ditadores da África

Fonte:http://www.adorocinema.com/filmes/crash-no-limite Acessado em 27/10/2009

MAIS ALGUNS FILMES E SINOPSES

Hotel Huanda


Baseado na história real de um gerente de hotel de Kigali, capital de Ruanda, o filme mostra como ele salvou mais de mil pessoas durante a guerra civil entre tutsis e hutus, com saldo de cerca de 1 milhão de mortos, em 1994.



Ao Mestre Com Carinho

Sinopse

Mark Thackeray é um engenheiro negro desempregado que, enquanto não consegue um novo emprego em sua área, decide aceitar uma proposta para dar aulas numa escola secundária de Londres, no bairro operário de East End.

Ao chegar lá, lhe é dada uma classe de adolescentes que cursam o último ano e que não querem nada com a vida. Os alunos, sem exceção, são extremamente indisciplinados. Liderados por Denham, Pamela Dare e Barbara Pegg, estão determinados a destruírem Thackeray, como fizeram com seu antecessor.

Em sua primeira aula, percebe que a missão que tem pela frente não vai ser fácil de ser realizada. Entretanto, acostumado a hostilidades, principalmente por ser negro, enfrenta o desafio, mesmo com seus colegas professores não acreditando na possibilidade de qualquer êxito.

O tempo passa, sempre sofrendo a hostilidade crescente dos alunos, principalmente de Denham, não conseguindo passar a matéria prevista no currículo. Certo dia, o grupo o irrita a tal ponto que ele termina perdendo a calma, única coisa que havia jurado nunca perder. Em plena sala de aula, pega todos os livros e os joga numa lixeira, alegando serem os mesmos inúteis para aquele grupo.

Em seguida, diz aos alunos que, daquele momento em diante, vai passar a tratá-los como adultos responsáveis que, em poucas semanas, estarão deixando a escola e enfrentando o mundo que os aguarda, batalhando por uma vaga no mercado de trabalho, com todas as responsabilidades exigidas pela vida adulta.

O conteúdo das aulas passa a ser uma conversa franca entre professor e alunos sobre os mais diversos temas como, por exemplo, a vida, sobrevivência, amor, morte, sexo, casamento.Antes de mais nada, entretanto, todos vão ter que se submeter a certas formalidades que fazem parte do mundo competitivo que os aguarda, desde a forma de se tratarem entre si, com respeito, à forma de se vestirem.

A estratégia adotada por Thackeray dá certo e, em pouco tempo, ele se torna o grande líder da classe.Denham ainda tenta hostilizá-lo, mas termina se curvando diante da nova realidade.

Ao final do ano letivo, pouco antes das festividades de encerramento, Thackeray recebe uma carta que o confirma no cargo de engenheiro-assistente de uma fábrica de rádios no interior. Entretanto, após receber uma calorosa e carinhosa homenagem de seus alunos, tem dificuldades em se decidir se aceita o novo emprego ou se continua a lecionar na referida escola.

Em Nome da Honra

Sinopse: Os tempos são difíceis para os negros da África do Sul, mas Patrick Chamusso tem a sua casa, sua família, e um bom emprego na refinaria de óleo de Secunda. Ele não quer tomar partido no movimento anti-Apartheid, preferindo ao invés disto, levar uma vida comum. Patrick está ausente do trabalho quando terroristas tentam explodir a refinaria. Ele tirou o dia de folga para assistir o time de futebol que ele treina jogar na final, e para visitar secretamente o filho que tem com sua ex-namorada. Nic Vos, um policial branco que tenta manter a ordem em situações voláteis, prende Patrick e dois trabalhadores negros.

Hurricane: O Furacão

Em 1966, Rubin Hurricane Carter era o melhor boxeador do ranking . Numa noite, em Nova Jersey (EUA), a caminho de casa com o amigo John Artis, foram abordados pela polícia por serem suspeitos pelo assassinato de três pessoas naquela mesma noite, em um bar da cidade. Baseado numa história real, o filme mostra a luta do ex-campeão para provar sua inocência, misturando política, preconceito e justiça. Denzel Washington recebeu o prêmio de Melhor Ator no Festival de Berlim (2000) e no Globo de Ouro (1999).


A Cor Púrpura


Georgia, 1909. Em uma pequena cidade Celie (Whoopi Goldberg), uma jovem com apenas 14 anos que foi violentada pelo pai, se torna mãe de duas crianças. Além de perder a capacidade de procriar, Celie imediatamente é separada dos filhos e da única pessoa no mundo que a ama, sua irmã, e é doada a "Mister" (Danny Glover), que a trata simultaneamente como escrava e companheira. Grande parte da brutalidade de Mister provêm por alimentar uma forte paixão por Shug Avery (Margaret Avery), uma sensual cantora de blues. Celie fica muito solitária e compartilha sua tristeza em cartas (a única forma de manter a sanidade em um mundo onde poucos a ouvem), primeiramente com Deus e depois com a irmã Nettie (Akosua Busia), missionária na África. Mas quando Shug, aliada à forte Sofia (Oprah Winfrey), esposa de Harpo (Willard E. Pugh), filho de Mister, entram na sua vida, Celie revela seu espírito brilhante, ganhando consciência do seu valor e das possibilidades que o mundo lhe oferece.

Malcom X,1992 (Spike Lee)
A biografia de um dos maiores defensores dos desejos dos negros nos Estados Unidos é contada neste filme, mostrando como Malcolm X foi afetado pela morte de seu pai pela Klu Klux Klan e da internação de sua mãe por insanidade. Racismo contra os negros.

No Calor da Noite,1967 (Norman Jewison)
Um detetive negro tem que enfrentar o preconceito racial do xerife e de toda uma pequena cidade do Mississippi, durante a investigação do assassinato de um morador importante. Racismo

O Sol É para Todos,1962 (Robert Mulligan)
Advogado concorda em defender um homem negro acusado pelo estupro de uma mulher branca numa cidade do Alabama, nos anos 30, dividida racialmente. Muitos tentam convencer o advogado a desistir do caso, porém ele decide ir até o fim. Racismo contra negros. Clássico do cinema.


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Sundiata – Uma Lenda Africana – O Leão do Mali – Will Eisner

Editora: Companhia das Letras
Autor: WILL EISNER
ISBN: 8535904883
Origem: Nacional
Ano: 2004
Edição: 1
Número de páginas: 32
Servidor: Rapidshare
Tamanho: 14 mb
Scans: Heavy Metal 2000, Hq Digital

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Will Eisner é um dos quadrinistas mais importantes do mundo. Conhecido por ter criado o super-herói Spirit, ele é autor de histórias ambientadas em Nova York -cidade onde nasceu- que tematizam a solidão da vida numa metrópole. O cartunista também adaptou uma série de obras literárias para os quadrinhos: ´Dom Quixote´, em ´O último cavaleiro andante´; ´Moby Dick´, em ´A baleia branca´; e ´A princesa e o sapo´, dos irmãos Grimm, todos publicados pela Companhia das Letras. ´Sundiata´ é uma tradicional história do oeste da África que descreve a luta do príncipe ´Sundiata´ e do povo de Mali contra a opressão do poderoso Sumanguru, o rei de Sosso. Nos quadrinhos ao mesmo tempo realistas e expressionistas de Eisner, coloridos em ocre e cinza, a lenda é narrada pela Pedra Cinzenta do Mal, que conta a história desde a formação de Mali, às margens do rio Niger. Depois de vencer o povo malinês, o vilão Sumanguru, temido por seus poderes mágicos, poupa um dos descendentes da linhagem real: Sundiata, um menino que, por ser coxo, não havia participado da batalha. Curado por um xamã, Sundiata transforma-se num homem e aprende os segredos da floresta. Os dois oponentes, Sundiata e Sumanguru, enfrentam-se numa batalha representada com dramaticidade pelos traços fortes de Eisner. A história recontada pelo cartunista e também uma fábula sobre a vitória da sabedoria e da sinceridade sobre o poder destrutivo da ganância.

LENDAS AFRICANAS


Lendas: Obayifo (África)


Nome dado pelos Ashanti para um Vampiro comum em muitas tribos do oeste africano. Entre os Dahomeanos, o Obayifo é conhecido como "Asiman", e muitas são as influências desta lenda nos folclores vampíricos dos escravos americanos. Sua descrição é a de um bruxo (ou bruxa) que habitava incógnito as tribos, saindo à noite (em espectro de luz intensa ou de corpo presente) para sugar o sangue das pessoas, principalmente de crianças. Em períodos de escassez, o Obayifo poderia se contentar em chupar apenas o caldo de frutas e vegetais.


Lendas: Asasabonsam (Gana)


Monstro vampírico de aspecto humanóide e dentes de ferro, encontrado no folclore dos povos Ashanti, em Gana. Morava nas profundezas da floresta, e raramente poderia ser encontrado. Para atacar, este Vampiro utilizava uma tática peculiar: no topo de uma árvore, o Asasabonsam balançava suas pernas e agarrava a presa desprevenida com seus pés, providos de um asqueroso casco em forma de gancho...

fonte:http://www.angelfire.com/nt2/bdark/lendas.html Acessado em 27/10/2009

História do Peixe Grande (lenda africana)


Diz a lenda, lá na África, que nas profundezas de todo rio mora um Peixe Grande. Cercado sempre de peixinhos menores e invisíveis o Peixe Grande é o guardião do Rio, enquanto ele estiver presente nada de ruim pode acontecer com o Rio ou com sua fauna e flora.

Esta história fala de um tempo em que o homem podia ouvir e falar com o Rio, essa história fala de uma mulher que não conseguia engravidar e da fertilidade que o Rio lhe proporcionou. Fala também da vontade incontrolável de comer peixe, do momento em que o homem deixou de escutar o Rio, a natureza e das suas conseqüências.

A história se desenrola sempre acompanhada das cantigas, acalantos, canções e músicas instrumentais, e trás no repertório musical composições da cultura popular brasileira, além de músicas próprias, compostas pela Cia. Duberrô para esta história.

É uma história para todas as idades, que trás na sua essência a
consciência ecológica de um tempo não tão distante assim em que o homem era, ele mesmo, o Peixe Grande, relacionando-se com a natureza como um filho com a sua mãe.

LENDAS AFRICANAS



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HERÓIS DE TODO O MUNDO


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Onde você guarda o seu racismo?




Assista aos outros vídeos que estão na barra da tela.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Projeto "Bonequinha Preta"

"Que seria de nós se não sonhássemos um pouco?" (Alaíde Lisboa)


13 e. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1957. [A 1a. edição é de 1938, pela Francisco Alves. Narrativa infantil que mistura personagens urbanos e do folclore brasileiro]
Fonte: Centro de Referência em Educação - SP







***

Sugestões:

* Leve o livro e uma bonequinha preta(feita de pano)para a sala de aula,mas prepare todo o ambiente para que os alunos fiquem curiosos para saber do que se trata.

* Decore uma caixa com papéis coloridos e fitas,será uma caixa surpresa e dentro coloque o livro e a bonequinha.Espalhe pela sala cartazes pequenos com desenhos que possam levar as crianças a fazerem perguntas,desenhe por exemplo:A roupinha da boneca, o sapatinho,um gatinho,etc...

* Ao abrir a caixa, mostre primeiro a boneca.Explique que ela é uma visita e que ficará alguns dias na sala. Arrume um lugar pra ela se sentar!Deixe que os alunos peguem a boneca,faça esta atividade em rodinha,todos sentados no chão da sala mesmo.Vão surgir algumas perguntas e você deverá respondê-las, anote-as,faça um registro de tudo o que está ocorrendo nesta atividade.Se possível fotografe todas as atividades.

* Durante toda a semana trabalhe com o livro, mostre a capa,explore-a bem, fale sobre a autora:Alaíde Lisboa de Oliveira. Se possível,mostre aos alunos uma foto dela.Ao iniciar o conto, leia com voz suave,sem pressa. Os alunos, quando gostam de uma história ,sempre pedem para ouvir novamente e isso é ótimo! Não leia o livro todo em um único dia,vá deixando as crianças com vontade de "quero mais!"

*Ao final da história procure saber deles o que mais gostaram,o que não gostaram,se mudariam algo na história, o que aprenderam com ela,você pode começar a trabalhar algumas questões a partir daí,como os nossos valores,o amor, o egoísmo, a questão de sermos diferentes com relação a cor,mas que somos todos iguais perante Deus, trabalhe o respeito ao próximo,a amizade,etc...

Sugestões de Atividades:

* Fazer com os alunos um mural com desenhos da bonequinha preta.

* Montar um quebra cabeça da bonequinha,fazer colagens, dobraduras,pintura a dedo,modelagem,alinhavo...

* Fazer uma bonequinha de pano para cada um e deixar que façam e vistam a roupinha nela.

* Fazer um livrão de reconto, as crianças fazem o reconto você anota e elas desenham as cenas.

*Uma dica bem legal é fazer com os alunos o aniversário da Bonequinha Preta.Faça convites,decore a sala com balões.Neste dia,leve um bolo,docinhos,salgados e sucos,enfeite a mesa...As crianças amam esta festa,lembre-se se fotografar e não esqueça de colocar a bonequinha sentada a mesa também...

*Montar uma exposição com todos os trabalhos desenvolvidos durante este projeto, montar um painel com as fotos mostrando que todo o trabalho foi feito com muito carinho e teve início,meio e fim.Faça um livro de visitas, faça uma lembrancinhas para os visitantes(Pirulito embrulhado com aqueles papéis de bala de franjinha,de cor preta,e coloque uma fitinha vermelha,formando o cabelinho dela,faça olhinhos e boca)

Fonte: Qdivertido

Vídeos:





Relato de experiência:
Desenvolvido entre os alunos da escola, focalizando a ampliação da prática de alfabetização e do letramento. Durante o Projeto, as crianças da Educação infantil levaram a nova “amiguinha” para a casa e registraram seu cotidiano através de desenhos. A bonequinha foi alimentada, tomou banho e sua História conhecida por todos e recontada pelas crianças atavés de desenhos e registradas por seus pais no “livrão da turma”.
Fonte: EscolaMarucas
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Mais Sugestões...

Cada família deveria construir com sua criança uma bonequinha preta, utilizando-se de materiais diversos. Apareceram bonecas lindas! Cada uma com seu encanto. Havia boneca que tinha como base garrafa pet, boneca de papelão, EVA e muitas bonequinhas fofas de pano. Elas ficaram expostas na sala durante todo o trabalho.

Ao receber a tarefa de fazer uma bonequinha preta as famílias recebiam também uma folha onde deveriam relatar a construção, e como foi a experiência.Foi feito então com os relatos um livro de registro dos trabalhos.
Fonte: ProjetosComArte
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Poesia: Minha Bonequinha Preta, de Cida Valadares, Leia clicando aqui!
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Sugestão de temática para desenvolvimento de projeto maior:

PROJETO: AFRICANIDADE

Ilustração sobre o projeto: A influência da cultura Africana no cotidiano brasileiro.

Histórias trabalhadas: A Bonequinha Preta - Alaíde Lisboa de Oliveira.

O menino Marrom - Ziraldo

Históras Africanas para contar- Rogério Andrade Barbosa.

Galeria: Mostra de ilustrações feitas pelos alunos:
Fonte: ProfessoraNairCorrea

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Para ter arquivos e mais sugestões, clique aqui e acesse "A cor da cultura".

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Sugestão de bonequinha preta para o mural:
Fonte: CriareSonhar
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Visite este álbum no Flickr para ter acesso aos moldes dos dedoches da Bonequinha Preta!

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Quem é Alaíde Lisboa do Nascimento?

Alaíde Lisboa é natural de Lambari (MG), onde passou a infância e a adolescência. Integrante da Academia Mineira de Letras, a professora tornou-se, em 1950, a primeira vereadora de Belo Horizonte. Na UFMG, lecionou Didática Geral e Especial. Foi também diretora do Colégio de Aplicação da Universidade e vice-diretora da Faculdade de Educação (FaE), onde organizou o mestrado da área. Atuou como professora da pós-graduação na FaE e na Faculdade de Medicina, dedicando-se à disciplina Metodologia do ensino superior.
Nesta quinta-feira, 22 de abril, a escritora, educadora, ex-vereadora e professora da UFMG Alaide Lisboa completa 100 anos de vida. Para comemorar a data, a Academia Mineira de Letras (AML) preparou uma série de homenagens à autora do clássico infantil Bonequinha Preta, obra lida por diversas gerações de crianças brasileiras. Às 17 horas, será celebrada, no auditório da AML, uma missa em nome da professora. Às 18 horas, haverá sessão solene da Academia em comemoração a seu centenário de nascimento.
Fonte: CEDECOM
http://espacoeducar-liza.blogspot.com/2009/06/bonequinha-preta-livrinho-sugestoes.html Acessado em 26/10/2009

domingo, 25 de outubro de 2009

Leitura compartilhada!


Minha família é colorida!

Muito bom esse livro, pois trata de temas importantes, principalmente na educação infantil. Fala sobre diferenças, aceitação, identidade...
clique para maximizar!


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