Histórias que a menina-serpente contou
Ilma Maria Canauna
Fábio Cardoso dos Santos
Tati Móes
São Paulo: Cortez, 2007
A feiticeira da Ilusão
Conversando com Ecubu, perguntamos-lhes como a Terra nasceu, e la nos contou...
-Ah, essa é uma história daquelas em que ninguém acredita porque aconteceu antes do Tempo dos Espelhos, no amanhã do novo alvorecer. Primeiro foram criados muitos mundos e não se esperava por este.
Havia três guerreiros gêmeos valentes que viviam pelo espaço formando estrelas. Um dia, eles brincavam com as estrelas quando, de repente, notaram uma meiga mulher, a Roda do Tempo, que tinha por trabalho criar mundos. Os irmãos tentaram atrair sua atenção, mas ela não os atendeu e continuou fazendo seu trabalho.
Então, os irmãos decidiram fazer um torneio e quem vencesse ficaria com ela. Para que não pairasse nenhuma dúvida sobre quem seria o vencedor do torneio, chamaram imediatamente o Vento.
O primeiro a lançar o desafio foi Quimbala, o fogo, que com seu calor transformava tudo o que por ele passava. O segundo, Decori, era a água, que com sua mansidão dava vida a tudo que tocava. E o terceiro, Tifuro, a luz, que por onde passava criava e dava vida.
Transcorria o torneio, e quem conseguiu chamar a atenção da Roda do Tempo, a criadora de mundos, casaria com ela. Mas o que os irmãos não sabiam era que Filaco, a feiticeira da ilusão, estava ouvindo tudo e ficou muito enciumada por não ter sido escolhida por nenhum deles.
Filaco planejou uma vingança. Ela esperaria o início do torneiro e, quando um dos irmãos vencesse, se disfarçaria de Roda do Tempo e o trancaria eternamente em seu coração.
Assim, que o torneio começou, Filaco disfarçou-se de nuvem para poder observar tudo sem ser reconhecida. Assim que o dia amanheceu, a criadora de mundos começou seu trabalho.
Quimbala, o fogo, pôs-se a rodopiar à sua volta criando formas inusitadas e transformando tudo o que ela criava, para tentar atrair sua atenção, mas não conseguiu.
O segundo, Decori, também rodopiou em torno dela e criou pingos de água que caíram sobre seu corpo, mas ela não se deteve mais que um segundo e continuou a trabalhar, enquanto as gotas escorriam sobre seu rosto.
Mas Tifuro esperou escurecer e levou a luz do amanhecer ao firmamento. Roda do Tempo ficou hipnotizada com aquela maravilha e com o mesmo encantamento esperou o entardecer. Tifuro criou a Lua e deu-lha de presente.
Em seguida, o Vento proclamou Tifuro vencedor, mas a feiticeira Filaco não quis apenas um irmão, e resolveu aprisionar os três.
Contudo, o Vento, que ouvia pensamentos, logo percebeu o que Filaco tinha em mente e tentou avisar os irmãos. Pegou-os num sopro arrebatador e misturou-os como três elementos principais: água, fogo e luz, que adquiriram muita resistência. Depois, correu para contar à Rodas do Tempo o que estava acontecendo, para que Filaco, em sua paixão, não os machucasse. Então, Roda do Tempo os transformou na Terra.
Filaco, em sua paixão desesperadora, suplicou ao Criador perdão pelo que tentara fazer e pediu-lhe que não a deixasse longe dos três irmãos. Comovido com tamanha dor, o Criador tranformou-a em três plantas: inhame. cará e milho.
... e assim de amor e também de paixão a África foi povoada e a vida se perpetuou...
Fábio Cardoso dos Santos
Tati Móes
São Paulo: Cortez, 2007
A feiticeira da Ilusão
Conversando com Ecubu, perguntamos-lhes como a Terra nasceu, e la nos contou...
-Ah, essa é uma história daquelas em que ninguém acredita porque aconteceu antes do Tempo dos Espelhos, no amanhã do novo alvorecer. Primeiro foram criados muitos mundos e não se esperava por este.
Havia três guerreiros gêmeos valentes que viviam pelo espaço formando estrelas. Um dia, eles brincavam com as estrelas quando, de repente, notaram uma meiga mulher, a Roda do Tempo, que tinha por trabalho criar mundos. Os irmãos tentaram atrair sua atenção, mas ela não os atendeu e continuou fazendo seu trabalho.
Então, os irmãos decidiram fazer um torneio e quem vencesse ficaria com ela. Para que não pairasse nenhuma dúvida sobre quem seria o vencedor do torneio, chamaram imediatamente o Vento.
O primeiro a lançar o desafio foi Quimbala, o fogo, que com seu calor transformava tudo o que por ele passava. O segundo, Decori, era a água, que com sua mansidão dava vida a tudo que tocava. E o terceiro, Tifuro, a luz, que por onde passava criava e dava vida.
Transcorria o torneio, e quem conseguiu chamar a atenção da Roda do Tempo, a criadora de mundos, casaria com ela. Mas o que os irmãos não sabiam era que Filaco, a feiticeira da ilusão, estava ouvindo tudo e ficou muito enciumada por não ter sido escolhida por nenhum deles.
Filaco planejou uma vingança. Ela esperaria o início do torneiro e, quando um dos irmãos vencesse, se disfarçaria de Roda do Tempo e o trancaria eternamente em seu coração.
Assim, que o torneio começou, Filaco disfarçou-se de nuvem para poder observar tudo sem ser reconhecida. Assim que o dia amanheceu, a criadora de mundos começou seu trabalho.
Quimbala, o fogo, pôs-se a rodopiar à sua volta criando formas inusitadas e transformando tudo o que ela criava, para tentar atrair sua atenção, mas não conseguiu.
O segundo, Decori, também rodopiou em torno dela e criou pingos de água que caíram sobre seu corpo, mas ela não se deteve mais que um segundo e continuou a trabalhar, enquanto as gotas escorriam sobre seu rosto.
Mas Tifuro esperou escurecer e levou a luz do amanhecer ao firmamento. Roda do Tempo ficou hipnotizada com aquela maravilha e com o mesmo encantamento esperou o entardecer. Tifuro criou a Lua e deu-lha de presente.
Em seguida, o Vento proclamou Tifuro vencedor, mas a feiticeira Filaco não quis apenas um irmão, e resolveu aprisionar os três.
Contudo, o Vento, que ouvia pensamentos, logo percebeu o que Filaco tinha em mente e tentou avisar os irmãos. Pegou-os num sopro arrebatador e misturou-os como três elementos principais: água, fogo e luz, que adquiriram muita resistência. Depois, correu para contar à Rodas do Tempo o que estava acontecendo, para que Filaco, em sua paixão, não os machucasse. Então, Roda do Tempo os transformou na Terra.
Filaco, em sua paixão desesperadora, suplicou ao Criador perdão pelo que tentara fazer e pediu-lhe que não a deixasse longe dos três irmãos. Comovido com tamanha dor, o Criador tranformou-a em três plantas: inhame. cará e milho.
... e assim de amor e também de paixão a África foi povoada e a vida se perpetuou...
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