Agarraram numa macaca, cortaram-lhe o rabo e fizeram dela uma mulher. Um homem casou-se com ela e as pessoas abriram-lhe uma roça muito grande. Depois do marido preparar a terra, homem e mulher quiseram semeá-la, mas ela afirmou que podia fazer esse trabalho sozinha. Quando a macaca foi semear, entoou esta canção: Macacos, macacos, Mueé, mueé! Vinde semear o milho
Eles ouviram-na. Semearam o milho e comeram o que sobrou. Mal se criaram as maçarocas (espigas), os macacos chegaram de novo para as comer, mas o marido afugentou-os com a espingarda.
Chegou o dia da colheita. Marido e mulher levaram o milho para casa. Os macacos ficaram furiosos e resolveram colar novamente o rabo à macaca. Levaram o rabo e iam cantando assim: Andemos depressa, entreguemos o rabo à dona ...
Ao ouvirem esta canção, as pessoas ficaram surpreendidas. Os macacos chegaram a cantar e, encontrando a mulher deitada no chão, puseram-lhe o rabo, e logo ela se transformou em macaca, como dantes. A aldeia estava cheia de macacos, mas, quando os homens pegaram nos arcos e nas espingardas, os macacos dispersaram, dois para um lado, três para o outro, e nunca mais se reuniram. Por isso há macacos em toda a parte.
(in Contos Moçambicanos - INLD – 1979)
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