SAPUCAIA DO SUL/RS

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domingo, 26 de setembro de 2010

Na África do Sul, novas escolas estão reinventando a educação


O professor de ciências sul-africano Ross Hill gesticula enquanto orienta alunos em uma aula na Escola Leap, na Cidade do Cabo, no dia 6 de agosto


Gcobani Mndini, um jovem magro e tímido de 17 anos, disse que já era um gângster quando deu início à nona série. Sua pequena gangue, que chamava a si mesmo de Tomates, roubava pessoas, brigava por garotas, se embriagava com Jack Daniels e se entorpecia com maconha.

“Eu ingressei na gangue porque queria me sentir parte de algo”, ele disse.

E é o que aconteceu quando ele se encaixou no último lugar em que poderia esperar – em um colégio particular que está reinventando a educação para os adolescentes dos bairros negros da África do Sul.

Gcobani deixou a vida de gangue e despontou como um estudante de ciência talentoso buscando ingresso nas melhores universidades do país. Um professor espiou recentemente para uma classe de alunos, estudando até tarde certa noite e perguntou: “Está tudo bem?” Gcobani sinalizou positivo com os polegares.

À medida que muitas escolas públicas da África do Sul reprovavam a geração pós-apartheid de crianças dos bairros pobres e áreas rurais, um movimento de educadores, filantropos e pais desesperados está cada vez mais buscando por alternativas.

Por uma década, bancos e fundações daqui têm patrocinado os alunos promissores do interior para frequentarem escolas de elite, frequentadas principalmente por alunos brancos. Mas agora novas escolas particulares estão surgindo para atender as crianças negras pobres e de classe operária, dando ao ainda dominante sistema público uma nova concorrência e talvez até mesmo concebendo modelos que acabarão a influenciando.

Os 500 alunos em três escolas conhecidas como Leap, representam uma abordagem. Todos os alunos, incluindo Gcobani, vêm de bairros negros. Eles estão imersos em um ambiente educacional que lembra algumas das escolas mais bem-sucedidas nos Estados Unidos.

Em outro empreendimento, líderes cívicos estão tentando reviver as escolas missionárias rurais que educaram muitos dos heróis da libertação da África do Sul, mas foram em grande parte destruídas pelas leis da época do apartheid que exigiam que as instituições seguissem as instruções de um sistema racista ou cedessem seu controle ao Estado. A escola de Nelson Mandela, a Healdtown, e o Seminário Inanda, o primeiro colégio para meninas africanas na África do Sul, fundado por missionários americanos em 1869, estão entre as primeiras reformadas.

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